Ascensão do Senhor
[12 de maio de
2013]
COM A BÊNÇÃO DO SENHOR
[Lc
24,46-53]

No
relato de hoje, Jesus se despede dos seus abençoando-os e confiando-lhes uma
missão, a sua própria missão. Jesus não ficará na cova da morte, mas triunfará
da morte e do pecado. Ele ressuscitará. E a comunidade dos crentes deverá
anunciar o bem que ele fez à humanidade: a conversão e o perdão dos pecados a
todas as nações. O discípulo deve ser testemunha de tudo isso.
Ser
testemunha significa mostrar com a palavra e com a vida a realidade do que se
crê. Ser testemunha da morte e ressurreição de Jesus é expressar com a própria
vida a bondade que Jesus manifestou em sua vida. É acolher, perdoar, curar os
enfermos, doar-se aos pequenos, enfrentar os riscos e perigos para defender os
pequeninos do Reino, é assumir o Deus de Jesus como o absoluto da vida. E tudo
isso só será possível mediante a “força do alto”. É o Espírito Santo que dará a
força, a luz e a sabedoria para que o discípulo de Jesus possa reproduzir em sua
vida as ações do Mestre.
A
bênção de Jesus foi o grande dom que Jesus confiou aos discípulos antes de
voltar ao Pai: “Ergueu as mãos e os abençoou”. É muito importante retomarmos a
reflexão sobre a bênção. Vem de benedicere=bendizer. É cantar um
bendito a Deus pelos dons da criação. É ação de graças ao Pai por tudo que Ele
faz por nós. É também dizer palavras de bem para alguém. Foi o que fez Jesus. É
o que fazem nossos pais conosco. É o que fazemos com nossos filhos, netos,
afilhados etc. Deus nos livre de ser pessoas que amaldiçoam, que carregam a
maldade no coração, o desejo de vingança! É preciso que sejamos como Abraão: uma
bênção. Na medida em que nos enchemos de Deus, nos aproximamos dele, nos
tornamos discípulos de Jesus, fazemo-nos uma fonte de bênção para os outros.
O
evangelho termina com estas palavras: “E estavam sempre no Templo, bendizendo a
Deus”. O evangelho de Lucas começa no Templo – anúncio do anjo a Zacarias – e
termina no Templo. Zacarias estava no Templo oferecendo incenso ao Senhor. Aqui
os discípulos estão bendizendo. Abençoados por Jesus, elevam uma oração de
bênção. A bênção que transmitimos aos outros não é nossa, mas procede de Deus.
Ele é o “Sol” e nós somos a “lua” que não tem luz própria, mas reflete a luz do
Sol.
Estamos celebrando o Dia
Mundial das Comunicações Sociais com o tema: Redes sociais:
portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização. Deixo
aqui uma palavra do Papa para reflexão: “A autenticidade dos
fiéis, nas redes sociais, é posta em evidência pela partilha da fonte profunda
da sua esperança e da sua alegria: a fé em Deus, rico de misericórdia e amor,
revelado em Jesus Cristo. Tal partilha consiste não apenas na expressão de fé
explícita, mas também no testemunho, isto é, no modo como se comunicam
«escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o
Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele» (Mensagem para o Dia Mundial das
Comunicações Sociais de 2011). Um modo
particularmente significativo de dar testemunho é a vontade de se doar a si
mesmo aos outros através da disponibilidade para se deixar envolver,
pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho
de busca da verdade e do sentido da existência humana. A aparição nas redes
sociais do diálogo acerca da fé e do acreditar confirma a importância e a
relevância da religião no debate público e social” (Mensagem para o Dia Mundial das
Comunicações Sociais de 2013).
Nesse dia seria bom
examinarmos como está nossa comunicação. A começar dentro de nossa casa. Estamos
nos entendendo? Paramos para escutar? Comunicamos nossas idas e vindas? Depois,
por onde ‘navego’ nas redes sociais? A que programas de TV assisto? Que
sites visito? Que tipo de comunicação e relacionamento estabeleço no
Facebook? As redes sociais são um importante instrumento de comunicação, de
informação, de formação e de evangelização. Mas é preciso saber utilizá-las.
Gostaria
de lembrar um acontecimento fundante na Igreja e para a Igreja: a Semana
de Oração pela Unidade dos Cristãos a realizar-se nos dias 12 a 19 de
maio que traz como lema:
O que Deus exige de nós? O texto todo diz o seguinte: Foi-te dado a
conhecer, ó homem, o que é bom, o que o Senhor exige de ti: nada mais do que
respeitar o direito, amar a fidelidade e aplicar-te a caminhar com teu Deus
(Mq 6,6-8). O profeta fala do que
Deus mais deseja: justiça, respeito ao direito do outro, seguir o projeto de
Deus. Temos diante de nós
muitos desafios. Oremos e mostremos sinais concretos na busca da superação,
sobretudo do preconceito, das distâncias sociais, econômicas e religiosas. A
novena ao Espírito Santo deveria ser um tempo forte de busca de maior unidade
entre nós, a começar em nossas próprias comunidades.
Celebramos também o dia das
mães. Seria bom nos
lembrarmos neste dia das mães sofredoras. Há mães que não experimentam alegrias
neste dia. Talvez experimentem ainda uma dor maior. Que tal fazermos uma visita
solidária a alguma mãe sofrida? Que tal darmos uma presença a crianças que não
têm a mãe por perto? Mais do que festanças, comilanças e bebedeiras,
precisaríamos de assumir um espírito de mais solidariedade!
Celebrar
a Ascensão do Senhor é viver com o coração no céu e com os pés na terra. É andar
sempre com passos firmes e solidários. É ter a capacidade de perceber a presença
do Ressuscitado no irmão que sofre, na comunidade reunida, na vida que
refloresce.
Pe. Aureliano de Moura Lima,
SDN
MANHUMIRIM,
MG
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