Caminhos de santidade
[Mt 5,1-12ª]

Há pessoas que passaram por esta vida e que foram
proclamadas pela Igreja como pessoas santas, dadas à comunidade como exemplo de
vida cristã e intercessoras junto a Deus. A Igreja quer afirmar também que elas
estão, com certeza, na luz de Deus. Há, porém, uma infinidade de pessoas que
viveram neste mundo uma vida santa, fazendo o bem, doando-se aos outros e que
são anônimas: não tiveram nem têm nenhum reconhecimento, seus nomes não são
lembrados. Muitas delas, às vezes, nossas vizinhas, parentes etc. Pois bem, hoje
é dia delas também: celebradas no Santo de Deus, Jesus Cristo, que se oferece em
cada Eucaristia para nos santificar.
Quando Jesus proclama as Bem-aventuranças, ele
está apresentando um programa de vida para aqueles que se dispõem a segui-lo. Em
outro lugar ele diz que quem quiser segui-lo deve ‘tomar a cruz’ cotidiana. Aqui
ele não diz coisas muito diferentes. Viver uma vida pobre [desprendida] em favor
dos pobres, promover a paz, aguentar tribulação e aflição, ser sedento da
justiça do reino, ser puro numa sociedade que só vê no outro uma possibilidade
de “comê-lo”, ser perseguido por causa da justiça são realidades que necessitam
de um permanente convívio com o Mestre para aprendermos dele, sermos
fortalecidos por ele nesse caminho. É o caminho da santidade.
Feliz não é o rico, o que tem tudo. Quem tem tudo
e não precisa de nada nem de ninguém é a pessoa mais pobre que existe porque ele
não tem sequer a si mesmo, pois não se pertence, mas pertence ao dinheiro. Não é
ele que tem dinheiro e bens, mas são os bens e o dinheiro que o têm. É uma
situação triste, objetal! É idolatria.
Feliz não é o elogiado por todos, o aprovado por
todos os poderosos do mundo, o aplaudido, que vive a fama nos palcos e nos
palácios. Feliz não é aquele que por ninguém é perseguido, pois é uma pessoa que
não tem nada para dizer, em nada colabora, nada acrescenta, só sabe negar-se a
si mesmo e à própria consciência para agradar aos que têm poder. Parece agradar
a todos, só não agrada a si mesmo. Vive em torno de si, num narcisismo
desgraçado que o faz afogar-se na sua própria imagem, morrendo desesperado e
desiludido.
Felizes são o pobre [humilde] e o perseguido por
causa da justiça do Reino. Com eles, muitos outros também serão felizes. Isso é
ser santo.
Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN
MANHUMIRIM, MG
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