sábado, 26 de outubro de 2013

Qual é a postura acertada diante de Deus?

Qual é a postura acertada diante de Deus?
[Lc 18,9-14]
Oração do Fariseu e do Publicano
Essa é uma pergunta de fundo da parábola de hoje: que postura de vida agrada a Deus? O fariseu era um religioso fiel, dedicado, comprometido com o que determinava a Lei. Era, de alguma forma, ‘impecável’. Já o publicano não era exemplo de vida. Um cobrador de impostos malvisto pelos correligionários, tirava proveito de uma situação política para arranjar recursos ou para enriquecer-se ou para sobreviver às penúrias da dominação romana. Mas este volta para casa justificado.
Os dois vão ao mesmo templo, com o ‘mesmo objetivo’ e começam sua oração com a mesma invocação: “ó Deus”. O conteúdo da oração deles é que determina a intencionalidade, a postura de fé. O primeiro eleva uma oração belíssima, de louvor e de ação de graças, completa do ponto de vista da estrutura literário-litúrgica, mas totalmente autossuficiente, orgulhosa, reveladora de uma prática religiosa que não leva em conta nem a Deus nem o próximo. Coloca-se no centro, dirige-se a si mesmo. O segundo, porém, coloca-se em atitude de dependência e necessidade da misericórdia de Deus. Mostra-se verdadeiramente um homem de fé porque deposita toda sua confiança em Deus. Não atribui nada a si mesmo. Reconhece-se pecador e quer retomar o caminho da vida e da salvação. E sabe que isso não depende somente dele, mas, sobretudo do Pai compassivo.
A oração do fariseu não leva em conta ninguém mais a não ser a si mesmo. Não pensa nos pobres, nos pequenos, nos excluídos. Julga que, observando as práticas externas da Lei, já está agradando o Criador. No entanto, Jesus ensina que não basta uma prática externa da Lei. É preciso de uma vida que acompanhe a oração. Ou melhor, é preciso de uma oração que informe a vida para lhe dar sentido. Oração que chega ao coração do Pai é aquela que brota de uma alma humilde, pequena, simples, confiante, misericordiosa, preocupada com as necessidades dos irmãos.
É Deus quem nos faz justos
Estamos caminhando para o final do mês missionário. Às vezes se tem uma visão deturpada de missão. Isto pode dever-se ao fato de ter-nos sido imposta pelos colonizadores europeus uma cultura que, em nome da fé, sacrificou muitas vidas. Ficamos então pensando que fazer missão é pregar para os outros, impondo nossa maneira de pensar e de viver. Hoje entendemos que as “sementes do Verbo”, isto é, o próprio Deus já está presente nas pessoas e nas comunidades. Resta-nos ajudar a descobrir, pela força da Palavra, Sua presença nessas realidades e não deixar que o pecado, fruto do egoísmo humano, mate ou devaste a beleza do Criador em cada ser humano.
Nossa ação missionária se dá de diversas formas: pela oração, pela visita, pela acolhida, pelo trabalho na comunidade, pelo perdão, pelo jeito de trabalhar e de realizar o cotidiano, marcados pelos “sentimentos que havia em Jesus Cristo”.
Quando Jesus, no evangelho deste domingo, fala sobre duas posturas [fariseu e publican] distintas na oração, quer nos mostrar que não basta praticar uma religião de modo formal apenas, mas é preciso reconhecer nossa realidade diante de Deus. Ninguém pode salvar-se sozinho, ou seja, entrar na amizade de Deus por conta própria. A primeira atitude deve ser de reconhecer nossa impotência diante de Deus e abrir-nos ao seu amor.
Os fariseus, termo que significa separado, constituíam um grupo que buscava observar fielmente a Torah [o Ensinamento de Deus]. Eram pessoas bem intencionadas e até estimadas pelo povo com quem trabalhavam. O problema é que eles se tornaram muito rigorosos com aqueles que, por motivo de pressão dos dominadores romanos, não observavam a Lei com todo o rigor. Estabelecia-se entre eles e os publicanos uma distância, até mesmo uma inimizade.
Jesus quer mostrar que não basta cumprir a Lei pela Lei, mas é preciso colocar-se numa relação amorosa. O que conta mesmo é o amor.
A conclusão da parábola nos leva a compreender por que o publicano voltou justificado para casa: ele se reconheceu pecador, necessitado da misericórdia de Deus na qual acreditava. Reconhecer-se pecador e clamar por misericórdia é demonstrar a necessidade de ser ajudado, amparado por Deus. E Deus se dá a conhecer no perdão, na vida nova que ele concede a quem a busca nele, com humildade. O que nos justifica diante de Deus não são nossos méritos, mas a bondade de Deus que nos fortalece para a prática da justiça: a caridade.
Ser missionário não é uma questão de opção, mas é intrínseca à fé cristã. É resultado de um amor que transborda de dentro de nós e nos faz inquietos. O que é bom para mim, faz sentido para mim, me enche de alegria interior quero-o também para os outros. “Dai de graça o que de graça recebestes”. Isto é missão.
Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN

MANHUMIRIM, MG

A verdadeira oração.

A verdadeira oração deve ser “inútil”
[Lc 18,1-8]
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A parábola do evangelho deste domingo não revela complicação: duas figuras ocupam o centro: um juiz que tem as duas atitudes básicas da iniquidade: “não temia a Deus”; “não tinha consideração para com as pessoas”; uma viúva injustiçada, sem nenhum apoio social, abandonada à própria sorte.
Então já podemos notar que a oração não pode ser desligada da vida, da realidade de sofrimento e de opressão dos pobres. Nossa oração ao Pai precisa levar em consideração o povo sofrido em consequência das injustiças e maldades dos poderosos. Uma oração privada, que leva em conta apenas “minhas” necessidades, contradiz claramente o ensinamento de Jesus sobre a oração cristã.
Nossa oração deve ser de confiança, de esperança, persistente, “sem nunca desistir”. Deve se inspirar no jeito e na oração de Jesus.
Alguns se questionam: “Pra que rezar? Deus não atende a minha prece! Rezando ou não rezando, a vida continua da mesma forma. Rezar é inútil!” – É verdade: a oração é, de alguma forma, “inútil”. Ou seja, ela não tem a finalidade de resolver nossos problemas, de nos alcançar isso ou aquilo, de realizar nossos projetos pessoais. Nesse sentido a oração é “inútil”. Ela não visa a produzir coisas. A oração serve para nos ajudar a viver, a encontrar o sentido para nossa vida, a preencher o vazio existente dentro de nós, a nos tornar mais humanos, mais “conformados” a Jesus de Nazaré.
A oração confiante, gratuita, desapegada, “inútil”, nos coloca em sintonia com Jesus na cruz: ele experimentou o abandono do Pai – “Meu Deus, por que me abandonaste?” –, mas não perdeu a confiança: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito”. Nesta oração de Jesus está contida a angústia de quem experimenta grande sofrimento, ao mesmo tempo em que se coloca confiante nas mãos do Pai, refúgio último e seguro na vida e na morte.
A pergunta de Jesus – “Quando o Filho do homem vier, será que ainda, vai encontrar fé sobre a terra?” – deve continuar ressoando dentro de nós. No contexto da parábola parece querer nos dizer que precisamos continuar gritando com a oração, com a palavra e com as atitudes que se faça justiça ao pobre. O abandono dos pobres, a recusa da luta pela justiça na terra, são sinais inequívocos da perda da fé, do afastamento da vida cristã.
            Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN
MANHUMIRIM, MG

domingo, 13 de outubro de 2013

Tudo é de Graça.

28º Domingo do Tempo Comum [13 de outubro de 2013]
TUDO É GRAÇA!
[Lc 17,11-19]
Jesus 10 leprosos
Um dia desses, almoçando na casa de uma família, a netinha disse à vó, guardando o prato: “Deus te pague, Dindinha”. Achei aquele gesto lindo! A criança aprendeu que se deve ter um coração agradecido.
As atitudes se formam pelos gestos cotidianos. Em outras palavras: a atitude de gratidão se constrói a partir de pequenos gestos aprendidos desde criança, em casa, quando a mamãe ensina a criança a agradecer o alimento, a roupa lavada, o presentinho etc. Se não aprendemos a agradecer nunca seremos gratos e gratuitos. Aliás, a palavrinha muito obrigado anda sumida do vocabulário familiar! E isso é desastroso, pois leva a uma compreensão de que somos donos de tudo e que todos devem estar a nosso serviço.
Até aqui estamos falando das nossas relações humanas, de gestos de cortesia, de boa educação. Elas manifestam, porém nosso ser mais profundo. Ou seja, como nos relacionamos com Deus. O Evangelho de hoje nos remete a essa relação. Foram dez os curados, mas somente um voltou para agradecer.
Quando pediram a cura a Jesus, este lhes pediu uma única coisa: “Vão mostrar-se ao sacerdote”, ou seja, cumpram o que está na Lei para voltarem ao convívio social [uma vez que os leprosos não podiam permanecer no convívio familiar e social por causa da doença contagiosa]. Nove deles julgaram que bastava cumprir a Lei. Não perceberam que precisavam ir além, que tudo o que receberam foi graça. Pensavam ser ‘direito’ seu. Um apenas reconhece que sua cura é dom de Deus. Por isso volta para agradecer. E este era um samaritano, isto é, considerado inimigo pelos judeus
Dizem que os piores cristãos são os que moram perto da igreja: apropriam-se da religião e esquecem que tudo é dom de Deus. Pensam que tudo o que recebem é ‘por direito’, e que não precisam agradecer.
Outro elemento que também precisa ser considerado a partir do episódio do Evangelho de hoje é o conteúdo das nossas orações: temos dificuldade de fazer oração de agradecimento. Nossas preces quase sempre são de pedido. Estabelecemos uma relação comercial com Deus: “vou te dar isso para que me dês aquilo”. Como se Deus fosse nosso escravo e tudo o que pedimos devesse ser concedido porque “merecemos”! Porém o relato do leproso agradecido quer nos remeter a uma experiência de fé mais profunda e gratuita. A Eucaristia que celebramos, como o próprio nome está a indicar [Ação de graças] dever ser nossa prece maior de gratidão ao Pai por tudo. Pois tudo é graça.
A experiência de Deus nos ajuda a reconhecer que tudo é d’Ele: a família, os irmãos, a mãe natureza, os bens, os dons, nossas capacidades. Mas só faz a experiência de gratidão quem se reconhece pequeno.

Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN

Missão na África.

Vila Cavungo: uma missão do outro lado

7 de outubro de 2013
No dia 19 de maio, Pe. Mayrink e eu, atravessamos o Atlântico rumo à África, berço da humanidade, em visita à Vila Cavungo, em Angola, onde se encontram os missionários Sacramentinos Pe. Renato e Pe. João Lúcio. Desde quando estive à frente da Congregação, na coordenação geral, a missão “Ad Gentes” era acalentada, sinalizando o nosso futuro. E agora, fui ver de perto, sentir aquela terra, experimentar o diferente e tão diferente daquele povo de história tão sofrida. Tínhamos a consciência, naquela época, e não é diferente hoje, que a missão ajuda a aprofundar a espiritualidade missionária de uma Congregação, impulsiona o ardor. E missão é adesão à pessoa de Jesus, ao seu projeto, ao Reino; significa fazer caminho com Ele, colocar-se onde sempre se colocou, na margem, na periferia… Isso acarreta, diminuir a bagagem, despojar-nos de muitas coisas, assumir a cruz até às últimas consequências.
Depois de uma longa viagem até Luanda, fomos recebidos pelas Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, Ir. Eva e Ir. Valéria, juntamente com as Irmãs Aurora e Joelma, da Congregação das Irmãs de Jesus na Eucaristia. Do Aeroporto até à casa das Irmãs fui provocado por aquela realidade até acertar o caminho. Que realidade chocante, achei: jeito do povo, organização da cidade, modo de vida do povo. Fiquei surpreso e assustado com aquele mundo de Luanda.
Dentro de mim ficou claro, que missão supõe desmanchar paradigmas, e viver o processo da encarnação. Que sensação estranha aconteceu em mim, ao me aproximar daquele povo, outros costumes, outro tradição milenar e sofrida. Hum, um branco e muito branco, no meio de gente muito preta. Lembrei um texto que carrego comigo: é preciso tirar os calçados, porque o lugar é outro, e é sagrado. É verdade, Deus estava lá, antes de mim, ou de nós chegarmos.
De Luanda, no dia seguinte, bem de madrugada, com fuso horário diferente, voamos para Lwena, onde fomos recebidos pelos Padres Renato e João Lúcio. E como os dois estavam com os olhos alegres e felizes com a nossa chegada. Foi uma festa. Que sensação bonita experimentei, visitar nossos irmãos de vida missionária, no outro lado. Eu os percebi muito alegres. Fomos ao Bispado, cumprimentamos Dom Jesus Tirso Blanco, SDB, que nos recebeu muito bem. E, no final daquela manhã, pegamos o longo caminho de Vila Cavungo. Achei que não chegava nunca, mas era o cansaço. Já de noite, cansaço e sono se misturaram, pernoitamos com os Padres Portugueses, SJC, em Luau. Como dormi. No dia seguinte entramos no trecho e que trecho. Ao entardecer chegamos, afinal, na Vila Cavungo.
Em Cavungo, fui sentindo bem na pele a vida ali, tomada de muita simplicidade, encarnação mesmo, vida pobre, com poucos pertences, casa emprestada, sem luz, sem água encanada. Hum! Voltei a tomar banho de caneca, como nos meus tempos de criança, em minha casa. Foram dias de muita experiência religiosa. Percebi que a Vida Religiosa em Cavungo, no extremo Leste de Angola, bem na divisa de Zâmbia e Congo, esbarra no essencial. É um convite ao essencial. Agradeço a Deus esses dias! Tivemos oportunidade de participar de algumas celebrações: missas muito festivas e longas, cantos acompanhados de danças próprias. Missas com idiomas diferentes: português, Luvale e Lunda (e às vezes outros), mas o amor de Deus perpassava cada um de nós. E como nos entendíamos. É o Espírito de Deus mesmo acontecendo.
Vivemos dias intensos de diálogo, orações, reflexões e fui sendo tocado profundamente com aquela missão. E a simplicidade, disponibilidade e ardor dos dois, me impressionaram. Além de muitas reflexões, visitamos duas vezes os Padres e Irmãs de Vila Cazombo, há 60km. É como a casa de apoio dos nossos missionários. E agora, com a presença dos brasileiros, da QUEIROZ GALVÃO, que instalaram o seu Estaleiro, bem na área da Paróquia em Cazombo, a amizade deles com os Padres ficou notável. É mais um ponto de apoio, de acolhida e entretenimento.
Voltei da África com apelos concretos de conversão e muita disponibilidade para a missão. Foi um tempo para tomar minha vida nas mãos e repensar o que Deus quer de mim. E pensar seriamente nossa vida missionária em Congregação, aprofundando nossa missão onde estamos. O que Deus quer de nós?
Agradeço de coração a acolhida simples que os missionários da África nos proporcionaram. Muito obrigado, Pe. Renato e Pe. João Lúcio. Minha gratidão sincera ao Pe. Mayrink que me formulou o convite.
Pe. José Estevam de Paiva, SDN

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Precisamos importunar o coração de Deus.

Precisamos “importunar” o Coração de Deus. Precisamos ser insistentes e persistentes em nossa oração e jamais desanimar de fazê-la.
“Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!” (Lc 11,13).
Continuando na escola de Jesus, na escola da oração, hoje Ele vai nos ensinar mais um segredo da oração. A oração deve ser feita com insistência, persistência e jamais desanimar. E com relação ao nosso modo de nos dirigirmos a Deus: nós precisamos importunar o céu. Como vemos no exemplo que nos é contado no Evangelho de hoje, se o amigo vai chegar de madrugada ou de noite, seja lá o que for, nem que seja para se ver livre dele, você vai se levantar para ele não o ficar importunando.
Meus irmãos, nós precisamos “importunar” o Coração de Deus, nós precisamos ser “chatos” com o Senhor! Precisamos ser insistentes e persistentes em nossa oração e jamais desanimar de fazê-la. Nós, muitas vezes, deixamos de orar por qualquer coisa, até começamos a rezar, mas paramos pelo caminho, porque temos ansiedade de que as coisas sejam resolvidas logo, do nosso jeito e da nossa maneira.
Outras vezes, abandonamos a oração, porque achamos que Deus não nos está escutando. O Senhor não somente nos dá o que pedimos a Ele [desde que seja para a nossa salvação], como também ajeita o caminho, prepara a estrada, nos mostra a direção; porque não basta dar o presente, é preciso também ensinar a usá-lo.
Da mesma forma, Deus Pai não quer que nenhum presente, ou seja, nenhuma graça, seja depois um estorvo em nossa vida, seja algo que vá nos fazer mal. A maior das graças, – na qual devemos insistir e buscar do Coração de Deus –, é pedir-Lhe que tenhamos sabedoria, discernimento, inteligência, fortaleza e capacidade para realizar o bem em nossa vida. Por essa razão, nós temos que pedir ao Autor da graça que venha até nós.
Foi por isso que Jesus disse: “Se nós que somos maus, sabemos dar coisas boas, quanto mais o Pai dá a nós, o seu Espírito”. Ele, ao morar em nós, é a maior dádiva, é a maior graça que podemos receber do nosso Pai Celeste! A nossa oração deve e precisa ser sempre insistente. “Vem, Espírito Santo de Deus!”
Nós precisamos começar o dia e vivê-lo nessa abertura contínua à ação do Espírito Paráclito em nós, para que Ele invada o nosso coração, invada o nosso ser, a nossa mente, a nossa vontade, a nossa disposição, para que sejamos homens e mulheres guiados na força e no poder d’Ele [Espírito Santo]. A nossa oração insistente deve ser esta: que sejamos plenos no Espírito Santo de Deus.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

12 de outubro, dia da PADROEIRA DO BRASIL, DIA DE NOSSA SENHORA APARECIDA!

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Com muita alegria nós, brasileiros, lembramos e celebramos solenemente o dia da Protetora da Igreja e das famílias brasileiras: Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto (MG).
Convocados pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram.
Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu, onde lançaram as redes e apanharam uma imagem sem a cabeça, logo após, lançaram as redes outra vez e apanharam a cabeça, em seguida lançaram novamente as redes e desta vez abundantes peixes encheram a rede.
A imagem ficou com Filipe, durante anos, até que presenteou seu filho, o qual usando de amor à Virgem fez um oratório simples, onde passou a se reunir com os familiares e vizinhos, para receber todos os sábados as graças do Senhor por Maria. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil.
Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).
No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.
O Papa Pio X em 1904 deu ordem para coroar a imagem de modo solene. No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor. Grande acontecimento, e até central para a nossa devoção à Virgem, foi quando em 1929 o Papa Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil, com estes objetivos: o bem espiritual do povo e o aumento cada vez maior de devotos à Imaculada Mãe de Deus.
Em 1967, completando-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário de Aparecida a Rosa de Ouro, reconhecendo a importância do Santuário e estimulando o culto à Mãe de Deus.
Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início, em 11 de novembro de 1955, a construção de uma outra igreja, a atual Basílica Nova. Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional, sendo o “maior Santuário Mariano do mundo”.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!

Igreja não é grupo de elite, diz Papa ao explicar catolicidade

Papa explicou três significados fundamentais para o aspecto católico da Igreja

Igreja não é grupo de elite, diz Papa ao explicar catolicidade Na catequese desta quarta-feira, 9, Papa Francisco seguiu falando sobre a Igreja, concentrando-se, desta vez, sobre o fato dela ser “católica”. Ele destacou três significados fundamentais que explicam essa natureza da Igreja.
Francisco explicou que a palavra “católico” vem do grego ‘kath’olòn’, que significa totalidade. Com relação à Igreja, este aspecto se aplica em três significados fundamentais. O primeiro deles, segundo disse o Papa, é que a Igreja é católica porque é o espaço no qual a fé vem anunciada por inteiro, no qual a salvação de Cristo é oferecida a todos.
“Na Igreja, cada um de nós encontra o que é necessário para crer, para viver como cristãos, para tornar-se santo, para caminhar em todo lugar e em todo tempo”, disse.
Como um segundo aspecto, o Papa falou da universalidade da Igreja, uma vez que ela está espalhada em toda parte do mundo e anuncia o Evangelho a todos. “A Igreja não é um grupo de elite, não diz respeito somente a alguns. A Igreja não tem trancas, é enviada à totalidade das pessoas, à totalidade do gênero humano”.
Por fim, o Santo Padre destacou que a Igreja é católica porque é a “Casa da harmonia”, onde unidade e diversidade combinam-se para formar uma riqueza. Ele citou como exemplo a sinfonia, que é a harmonia entre diversos instrumentos que tocam juntos.
“Na sinfonia que vem apresentada todos tocam juntos em ‘harmonia’, mas não é cancelado o timbre de cada instrumento, a peculiaridade de cada um, antes é valorizada ao máximo! É uma bela imagem que nos diz que a Igreja é como uma grande orquestra na qual há variedade: não somos todos iguais e não devemos ser todos iguais”.
O Papa ressaltou que esta não é uma diversidade que entra em conflito, mas que se deixa unir em harmonia pelo Espírito Santo, o verdadeiro “Maestro”.
“Rezemos ao Espírito Santo, que é propriamente o autor desta unidade na variedade, desta harmonia, para que nos torne sempre mais ‘católicos’, isso é, nessa Igreja que é católica e universal”.

Fonte:  Site Canção Nova.

domingo, 6 de outubro de 2013

Serviço que brota da fé.

Serviço que brota da fé
[Lc 17,5-10]
jesusumNo evangelho desse domingo, Jesus continua formando seus discípulos para o serviço, a partir do fortalecimento da fé, para servirem melhor.
O contexto imediatamente anterior do evangelho de hoje mostra Jesus ensinando a necessidade do perdão: “Caso teu irmão peque contra ti sete vezes por dia e sete vezes retornar dizendo ‘estou arrependido’, tu lhe perdoarás” [Lc 17,4]. Parece que perdoar não era algo fácil para os discípulos, como não o é para nós. Por isso pedem: “Aumenta-nos a fé”. O perdão é algo intrinsecamente unido à fé. Perdoamos porque acreditamos num Deus que ama e perdoa. Perdoamos porque sem perdão não há convivência, alegria, vida.
Penso que vale a pena recordar aqui a crise de fé de que por vezes somos assaltados. Sobretudo quando situações difíceis, dolorosas nos acometem; então perguntamos: “Onde está Deus em meio a tudo isso?” Por essas crises passaram também profetas e santos. Crise de fé não é ateísmo. Normalmente as crises de fé vêm acompanhadas de crises existenciais, ou seja, dificuldades no relacionamento familiar, no sentido de vida, fases da própria idade, situações de doença etc. Como diz Leonardo Boff: “Crise é oportunidade de crescimento”. Se vivenciarmos bem nossas crises de fé, certamente sairemos mais amadurecidos, mais firmes, mais comprometidos. Para isso é preciso pedir: “Senhor, aumentai a minha fé”.
Crer é dar-se a Deus. É ancorar-se somente n’Ele. Confiar no seu amor apesar de todas as aparências contrárias, porque sua palavra não nos pode enganar. A fé é diferente de religião embora esteja relacionada com ela. Também não é uma adesão intelectual a uma doutrina ou série de verdades abstratas, mas é adesão a uma Pessoa, a Deus, que nos propõe seu amor em Cristo morto e ressuscitado. É dom de Deus e tarefa humana para tornar-se a alma de nossa vida cotidiana e da comunidade cristã.
O discípulo que assume a fé em Jesus Cristo como comprometimento pessoal não fica contabilizando o bem que faz [como os politiqueiros que querem sempre tirar vantagem de tudo], mas coloca-se sempre como alguém que fez o que devia ter feito.
Só uma fé madura, acrisolada [passada pelo crisol/crise] nos dará coragem de assumir o avental de servidores, nos desvestindo do manto de senhores. Então poderemos transportar para o mar as montanhas do egoísmo, do consumismo, do preconceito, da maldade. Isso mediante uma fé informada pela caridade [Cf. Gl 5,6].

Colaboradores de Deus
Dois elementos precisam ser considerados neste relato evangélico da liturgia deste domingo: a fé e o serviço.
Quando os discípulos pedem a Jesus “aumenta a nossa fé”, não devem pensar em termos de quantidade, pois a fé não se quantifica. O que devem pedir a Jesus é o reavivamento da fé. Agora, não mais como judeus observantes, mas como discípulos de Jesus, precisam de uma fé renovada, madura, comprometida com a nova proposta de Reino trazida por Jesus. Sem uma fé reavivada, refeita, madura, não dariam conta de realizar o seguimento de Jesus “até Jerusalém”. A fé agora não é aquela de acreditar num Deus de conveniência, mas uma fé que desperte a responsabilidade com o Reino de Deus e a possibilidade de amar como Jesus amou: “até o fim”. É essa a fé que transporta “montanhas”.
O segundo elemento é o do serviço generoso. Certamente, na comunidade dos primeiros discípulos estavam surgindo aqueles que buscavam os primeiros lugares, que brigavam pelo poder, que reclamavam reconhecimento e aplausos pelo que faziam, que se beneficiavam política e economicamente dos lugares de comando e coordenação. E Jesus vai dizer que, no Reino trazido por ele, essas buscas precisam ser desfeitas, invertidas. O que conta para o discípulo do Reino é ser colaborador de Deus. Nada mais. Ninguém deve ficar a cata de aplausos, de reconhecimento social, de sucesso. Deve, igualmente, colocar no coração que cada um que se está aí para colaborar com a obra da salvação, independente de resultados.

Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN

MANHUMIRIM, MG

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Oração de São Francisco de Assis

Papa faz peregrinação em Assis no dia de São Francisco

Papa faz peregrinação em Assis no dia de São Francisco

Papa desembarcou em Assis em um helicóptero  Foto: AFP
Papa desembarcou em Assis em um helicóptero


O papa Francisco visita, nesta sexta-feira, a cidade italiana de Assis, onde está localizado o túmulo de seu homônimo, São Francisco, de quem é devoto.

A passagem do Papa é motivada pelo Dia de São Francisco de Assis, frade do século XIII que fundou a ordem dos franciscanos, após adotar um estilo de vida humilde.

Além de ser considerado o padroeiro dos animais, São Francisco é reconhecido por sua ligação com os mais pobres, uma das bandeiras do papado do argentino.

Francisco fará peregrinação na cidade de Assis, localizada na região da Umbria, nesta sexta.



Que São Francisco nos ajude a reconstruir nossa própria vida!


Que São Francisco nos ajude a reconstruir nossa própria vida.

Que Francisco, o homem da paz universal, nos ajude a reconstruir nossa própria vida para que, assim, colaboremos para reconstruir a Igreja e o mundo!

“Francisco de Assis, homem de Deus, deixou sua casa e sua herança e se fez pobre e desvalido. O Senhor, porém, o acolheu com amor”.
A Igreja celebra no dia de hoje, com muito júbilo, um dos maiores santos de todos os tempos: São Francisco de Assis. Querido, amado, venerado, exemplo de virtude evangélica, de desprendimento, de amor e paixão pelo Reino de Deus.
O nosso atual Papa se chama Francisco em uma referência direta a esse santo, que veio para reconstruir a Igreja do Senhor. E assim como fez São Francisco e está fazendo nosso Papa Francisco, cada um de nós é chamado a reconstruir a Igreja do Senhor.
Nós olhamos para esse grande santo italiano e nos perguntamos: Como é que o “Pobrezinho de Assis” deu a sua contribuição para a reconstrução da Igreja? Ao olhar para o exemplo dele, nós também queremos aprender a dar nossa contribuição.
Primeiro, Francisco procurou reconstruir sua própria vida; ele que vivia uma vida fútil, uma vida em busca de prazeres, em busca das coisas e dos bens deste mundo; não tinha o olhar voltado para as coisas do Céu.
Filho de um pai rico, grande comerciante, ele vivia no mundo do luxo, da riqueza e das competições; quando foi alcançado pelo amor misericordioso do Senhor, abriu seu coração para que Deus o pudesse reconstruir interiormente. Começou revendo seus valores, até que, um dia, disse a si mesmo: “Aquilo que, para mim, antes era amargo se tornou doce e o que era doce se tornou amargo!”
O que era doce para São Francisco? Era doce a vida frívola, uma vida mundana, buscava os prazeres, a competição, aquilo que para ele em um dia era tão doce, passou a perder o sentido e por isso ele se despojou dos bens, do mundo, dos prazeres para começar uma vida verdadeiramente evangélica; uma vez que o Evangelho o alcançou.
E o que era amargo para esse santo? Os pobres, os leprosos, a Igreja, os bens espirituais, os quais se tornaram a grande riqueza de seu coração.
Olhando para o “Pobrezinho de Assis”, queremos aprender com ele a rever nossa vida. Nós, muitas vezes, invertemos a ordem das coisas, e saboreamos demais as coisas materiais , os prazeres e bens deste mundo, e não damos valor para as coisas eternas.
Que Francisco, o homem da paz universal, nos ajude a reconstruir nossa própria vida para que, assim, colaboremos para reconstruir a Igreja e o mundo!
Deus abençoe você!

Fonte: Site Canção Nova.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A importância do anjo da Guarda.

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A importância do anjo da guarda em nossa vida

A vida humana é cercada por sua proteção e intercessão

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) afirma que “a existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé”. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição (n. 328). Nenhum católico pode, por essa razão, negar a existência dos anjos. Eles são criaturas pessoais e imortais, puramente espirituais, dotados de inteligência e de vontade e superam em perfeição todas as criaturas visíveis (cf. CIC n. 330). São Gregório Magno disse que quase todas as páginas da Revelação escrita falam dos anjos.

A Igreja ensina que, desde o início até a morte, a vida humana é cercada pela proteção (cf. Sl 90,10-13) e intercessão desses seres celestes. “O Anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva” (Sl 33,8).

São Basílio Magno (†369), doutor da Igreja, ensinou: "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida." (Ad. Eunomium 3,1). Isto é, temos um anjo da guarda pessoal. Jesus disse: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus”(Mt 18,10).
A liturgia de dois de outubro celebra os anjos da guarda desde o século XVI. Essa festa foi universalizada por Paulo V, depois que, em 1508, Leão X aprovou o novo Ofício composto pelo franciscano João Colombi. Ora, se a Igreja celebra a festa dos anjos da guarda é porque, de fato, eles existem e cuidam de nós, nos protegem, iluminam, governam nossa vida, ajudam-nos como fizeram com Tobias. Mas, para isso, é preciso crer neles, respeitá-los, não afugentá-los pelo pecado. Um dia um rapaz me disse: “Eu não vejo pornografia na internet porque tenho vergonha de meu anjo da guarda!”. A melhor homenagem a nosso anjo é viver uma vida sem pecados, buscando, com sua ajuda, fazer a vontade de Deus.

A Tradição da Igreja acredita que nosso anjo da guarda tenha a tarefa de oferecer a Deus as nossas orações, apoiar-nos e proteger-nos dos ataques do diabo, que tenta nos fazer pecar e perder a vida eterna. Então, é muito importante que ter uma vida de intimidade com nosso anjo da guarda, invocá-lo constantemente e colocar-se debaixo de sua proteção. Desde criança aprendi com minha mãe esta oração: “Santo anjo da minha guarda, a quem eu fui confiado por celestial piedade, iluminai-me, guardai-me, regei-me, governai-me. Amém.” Nunca deixei de rezar essa oração.

Então, o melhor a fazer é não realizar nada sem pedir a luz, a proteção e o governo do bom anjo que o Senhor colocou como guarda e custódio de nossa vida, do batismo até a morte.

É por isso que muitos papas, como o Papa João XXIII, revelaram a sua profunda devoção pelo anjo da guarda, sugerindo, como também disse Bento XVI, que devemos expressar a nossa gratidão pelo serviço que ele presta a cada um de nós e de invocá-lo todos os dias, com o “Angelus Dei”.

São Pio de Pietrelcina teve um relacionamento profundo com seu anjo da guarda. São inúmeras as passagens de sua vida com o seu anjo e com os das outras pessoas. Certa vez ele disse a uma pessoa: “Nós rezaremos pela sua mãe, para que o seu anjo da guarda lhe faça companhia”.

Invoque o seu anjo da guarda, pois ele o iluminará e o guiará no caminho de Deus.