segunda-feira, 24 de junho de 2013

Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora

12º Domingo do Tempo Comum [23 de junho de 2013]
CREMOS EM JESUS?
[Lc 9,18-24]
tome sua cruzO terceiro evangelho [Lucas] narra uma grande caminhada de Jesus para Jerusalém. Em breve [13º Domingo] a liturgia vai trazer o início desta caminhada. Para realizarem o discipulado seus seguidores devem reconhecer sua identidade como o Messias, Filho de Deus, e colocarem-se corajosos e confiantes em seu seguimento até à cruz.
No relato deste domingo notamos três aspectos que compõem este texto: 1º Após a oração, um diálogo messiânico com os discípulos. 2º A predição da paixão. 3º Um convite ao seguimento radical.
Em primeiro lugar notamos que, no evangelho de Lucas, Jesus sempre toma as decisões depois de um encontro profundo e amoroso com o Pai. Ao perguntar aos seus discípulos sobre a compreensão que tinham dele, ele o fez depois de um momento orante. Essa relação de intimidade de Jesus com o Pai nos ajuda a perceber a necessidade que temos de realizar, com frequência, esse encontro. Particularmente nos momentos decisivos de nossa história. Sem ele nossa vida cai no vazio, na falta de sentido, e no desvio do cumprimento da vontade do Pai.
Depois, notamos nesse diálogo, uma confusão na compreensão da identidade de Jesus. Nos relatos dos domingos anteriores [Lc 7,11-17; 7,36 – 8,3] vimos a busca de identificar Jesus com “o Profeta”: “Um grande profeta apareceu no meio de nós”, e ainda: “Se este homem fosse um profeta, saberia...”. Hoje o relato diz que alguns identificavam Jesus com “algum dos antigos profetas que ressuscitou”. Por aí se vê, claramente, o desejo de encontrarem aquele “Profeta” prometido [Dt 18,15].
Para nossa alegria Pedro reconhece em Jesus de Nazaré o “Cristo de Deus”. Ele é mais do que um profeta. Nele o Pai se revela, mostrando ao mundo sua bondade e ternura.
Nossa grande dificuldade é a de assumir Jesus de Nazaré como nosso Senhor. Dizer que acreditamos nele e que recorremos a ele nas necessidades é fácil. Mas será que ele é mesmo o centro de nossas celebrações e reuniões? Nossa vida, nossas atitudes revelam o rosto de Jesus?
Em segundo lugar lemos no evangelho a predição da paixão do Senhor. Os discípulos ainda não tinham entendido a missão de Jesus. Concebiam a Jesus como um líder político que iria livrar a Palestina das garras do poder romano. Jesus quer mostrar-lhes que será rejeitado por parte da liderança político-religiosa do Israel de então. Sua fidelidade incondicional ao Pai vai custar-lhe alto preço. Mas está disposto a enfrentar o sofrimento e a morte para resgatar a humanidade do poder do mal. Encara livremente a realidade de cruz.
O terceiro elemento do relato de hoje está associado ao segundo: a dimensão da cruz. O discípulo de Jesus não estará isento da cruz. Não há como colocar-se no seguimento de Jesus sem disposição de deixar para trás um modo de vida egoísta, ganancioso, acomodado. Podemos até chamar a Jesus de Mestre. Mas isso não fará nenhum sentido se não nos comportarmos como discípulos seus. O discipulado cristão exige um despojamento constante e uma perseverante atitude de conversão cotidiana: “Tomar a cruz a cada dia”.
“Confessamo-lo abertamente como Deus e Senhor nosso, mas às vezes Ele não significa quase nada nas atitudes que inspiram nossa vida. Por isso, é bom ouvir sinceramente sua pergunta: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Na realidade, quem é Jesus para nós? Que lugar ele ocupa em nossa vida diária?” [Pe. Antônio Pagola, O caminho aberto por Jesus, p. 150].
Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN
MANHUMIRIM, MG

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